Chama-se a isso abuso verbal - incluído na violência psicológica!


O abuso verbal inclui, dentre outras: bullying, difamação, interrogação, acusação, culpabilização, mentira, abuso disfarçado de piada, ameaças ou gritar.

Quanto mais idosas e frágeis as pessoas se tornam, menor a capacidade de se imporem em caso de maltrato emocional. E, como começam a ter algumas capacidades diminuídas, como raciocínio e audição, os abusadores pensam em partido delas (i.e. enganar, abusar , entre outros casos.). Os idosos podem, e muitas vezes são, abusados por familiares ou pessoal de saúde. O abuso verbal pode incluir ameaças ou intimidação. Um sénior que é abusado verbalmente e emocionalmente, é uma pessoa que está a ser vítima de um abuso que causará dor e stress emocional. O abusador pode gritar ao sénior de modo a intimidá-lo ou ameaça-lo. O abusador pode ainda humilha-lo, ridicularizar ou culpar o idoso.


As causas para este comportamento podem ser diversas: internas (do abusado) como externas (p.ex. benefícios). O abusador, nos casos mais graves, pode molestar o idoso como forma de explorá-lo financeiramente, ter acesso aos fundos, propriedades, contas bancárias ou até de modo a ter acesso ao conteúdo do imóvel do idoso. Pode ainda querer falsificar a assinatura do idoso, bem como ir mais longe como roubar a identidade do mesmo. O abuso pode ir ao cúmulo do idoso ser informado, pelo abusador, de um prémio por reclamar que necessita do pagamento como forma de se poder ter acesso ao prémio. Criando uma entidade de caridade falsa/fictícia para que o idoso possa doar dinheiro ou cair num investimento fraudulento.

Os sinais de abuso verbal, exceptuando o verbal - referido no título, podem ser confundidos com sinais de demência ou fragilidade. Os sintomas que são similares à demência podem ser o balançar ou o balbuciar. Mas há outros. Se o idoso está constantemente a discutir com o cuidador ou se se sente alguma tensão (subjectivo) entre os dois, pode ser um indicador de abuso. O idoso pode mudar a personalidade ou comportamento após sofrer o abuso verbal.

Já os riscos de um idoso ser verbalmente abusado incluem o deteriorar da sua condição de saúde mais rápido do que no caso de vivência/convivência num ambiente harmonioso. Os outros factores de risco são o burnout, impaciência e incapacidade do idoso de contenção em caso ataque, provocação ou, até, em caso de simples actos “normais”. Já            que tudo pode ser considerado um ataque quando se trata de um indivíduo traumatizado. Ou seja, a certa altura, o idoso pode estar incapaz de lidar com qualquer tipo de estímulo, mesmo que benéfico, e tornar-se depressivo com inclusão, ou não, de abuso de substâncias.

Em caso de testemunho de abuso deve-se entrar em contacto com as autoridades locais, assistentes sociais, linhas de emergência – como a  Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) no caso de Portugal, bombeiros, enfim… o que melhor se adequar a situação.

 

Mas nunca esquecer: Ser idoso não significa falta de vontade ou de capacidade de decisão. O idoso também tem o direito de decidir-se sobre tudo. Cabe ao técnico, auxiliar e até familiar saber ter o discernimento para perceber até que ponto essa vontade é lógica ou exequível e, caso não seja, tentar levar a pessoa a bom caminho sem agressividade/abuso.
Não é fácil. Ninguém diz que o seja. Digo apenas que EXISTEM ESTRATÉGIAS mais eficazes e menos traumáticas para se conseguir algo, sem que para isso se tenha que abusar verbalmente do idoso (ou de outra pessoa mais jovem).

Dália Matsinhe
Gestão e Psicologia (Fundadora)
www.lexpsique.com
E-mail: [email protected]
https://www.facebook.com/DMLexPsique

 
Manual para profissionais da media: Prevenção do suicídio.

A propósito dos casos mediáticos de suicídio reportados na media: sempre houveram episódios de suicídio, INFELIZMENTE!
O facto de virem cada vez mais episódios a público, como tenho vindo a alertar constantemente (poder da media), não significa que não tenham havido casos idênticos ou que estes, casos reportados, servirão apenas como alerta. Porque servirão, e servem, para mais do que isso. Têm servido de notícias sugestionáveis para pessoas que já se encontram num estado fragilizado.
Não digo que não tenham que alertar a comunidade/sociedade, apenas que existem outras formas de o fazer, tanto que este manual serve para esse fim.
Estamos a entrar em estados nacionais e internacionais de pobreza, não só financeira mas também, e consequentemente, pobreza em termos de saúde física e mental, infelizmente.

Mesmo havendo cada vez mais recursos humanos formados e preparados para agirem nestas situações de saúde, na realidade poucos são os cidadãos com acesso a estes mesmos profissionais de saúde. Claro que sem alimentação, trabalho, família ou outros alicerces a vida profissional destes profissionais se vê muito difícil e dificultada (ainda mais difícil é a vida destas pessoas....). Mas, ainda assim, é sempre melhor agir, ou tentar, antes de qualquer tentativa contra a vida (própria ou de outros). Mas, com notícias sensacionalistas , invés de tornar estas notícias como casos "conclusivos e finais", é preciso agarrar em casos positivos (pessoas que se encontraram em crise e conseguiram apoio) e torna-los "manchete" para ajudar aqueles que desconhecem o tipo de ajuda possível em casos mais urgentes (crise).
Ou então, já que vão informar, informar da melhor forma.

Podemos pensar que não existem formas de dar más notícias, mas existem formas de evitar piores notícias.

"A mídia desempenha um papel significativo na sociedade atual, ao proporcionar uma ampla gama de informações, através dos mais variados recursos. Influencia fortemente as atitudes, crenças e comportamentos da comunidade e ocupa um lugar central nas práticas políticas, econômicas e sociais."

http://whqlibdoc.who.int/hq/2000/WHO_MNH_MBD_00.2_por.pdf