Cyberbullying

Sabia que existe uma relação, para além dos objectivos, entre o bullying e o cyberbullying?

A criança que normalmente é vítima de bullying também pode ser vítima de cyberbullying. Ou seja, se é vítima na escola, é muito provável que também o seja online.
Conforme O´Moore, 2/3 das cybervitimas são vítimas tradicionais. Ao mesmo tempo que 2/3 dos cyberbullies também são bullies tradicionais.

O´Moore, M. & Minton, S.J. (2009). Cyber-Bullying: The Iris Experience. Hannbook of Agressive Behaviour Research. New York: Tawse. pp. 269-292.



Bullying, critérios:
1) Intencionalidade: magoar física e/ou psicologicamente a vítima
2) Repetição: do comportamento abusivo num período de tempo
3) Desequilibrar: o poder entre a(s) vítima(s) e o(s) bully(ies).

4) um só acontecimento, desde que crie um ambiente de intimidação permanente, também pode ser considerado bullying.


Bullying, tipos:
1) Agressão física
2) agressão verbal
3) Gestos - normalmente ameaçadores
4) Exclusão
5) Extorsão

Código de Silêncio: causa que torna muitas vezes difícil aos responsáveis (familiares e/ou escolares) terem conhecimentos destes acontecimentos traumáticos. É importante que todos (família, estudantes e responsáveis escolares) tenham uma via de diálogo aberto de modo a que, mal ocorram estes casos, consigam "colmatar" os seus efeitos prontamente (bullying ou cyberbullying).

Cyberbullying, Formas:

Enquanto que no caso do bullying o bullie consegue ver o efeito do seu comportamento, no cyberbullying isso nem sempre acontece porque os meios utilizados permitem "ataques" mesmo quando não estão presentes.
- Telefonemas
- Mensagens
- Salas de conversação (chat rooms)
- E-mail
- webcams
- Redes sociais
- jogos (agindo continuamente e de forma a que a vítima perca)
- Sites de partilha de vídeo/fotografia

Impacto:
1) baixa auto-estima
2) frustração
3) Raiva
4) Tristeza, desespero
5) Incapacidade de concentração na escola
6) mantém-se offline
7) desconfiança frequente
8) Ideação suicida
9) auto-prejuízo (dano, ferimento ou ofensa)

Cyberbullying, Livros/artigos:
1) Livingstone, S et al (2011). Risks and Safety on the Internet: The Perspective of European Children. London: Eu Kids online.

2) Mesch, G.S. (2009). Parental mediation, online activities, and cyberbullying. CyberPsychology and Behaviour. pp. 387-393

3) Parris, L. et al (2011). High School students perceptions of Coping with cyberbullying. Youth and Aociety. pp 1 - 23.


Dália Matsinhe
 
Muito se tem falado do bullying  relacionado com a população infantil e juvenil, mas a verdade é que este comportamento não cessa na adolescência.

Mas o que é realmente o bullying no trabalho?
Bullying no trabalho é quando alguém tenta intimidar um colega em frente dos demais, seja ele de uma posição superior ou inferior. Sendo que, normalmente, a intimidação ocorre  a um colega de cargo inferior. É similar ao assédio mas este - assédio - ocorre quando o comportamento alguém é ofensivo. Exemplos: abusos relacionados com a raça, orientação sexual, religião, ou até comentários de cariz sexual.

Os especialistas dizem que há uma falha geral de consciência sobre o bullying, e os tipos de comportamento, dado o termo ser muito abrangente. Mas isso, muitas vezes, só impede as pessoas de perceberem que um chefe ou colega de trabalho é um bully, mesmo porque também há o elemento "vergonha pessoal" envolvido.

O bullying envolve abuso , violência verbal ou física, humilhação e o debilitamento da confiança do outro. Talvez esteja a ser vítima de bullying se está :
  • constantemente a ser humilhado em frente dos colegas
  • tratado de forma injusta
  • fisica ou verbalmente abusado
  • acusado de problemas causados por outros
  • constantemente a ser indicado para fazer muitos trabalhos de forma a negligenciar a sua função
  • ameaçado constantemente de despedimento
  • a ser constantemente preterido nas promoções e de forma injusta
  • ou se lhe são constantemente negadas as formações e de forma injusta
O bullying pode ocorrer:
  • cara a cara
  • por escrito (incluindo email)
  •  ou pelo telefone
Se tem duvidas relacionadas com esta situação fale com alguém porque muitas vezes pode ser um mal entendido.  Se se confirmar a situação:
  • fale com o bully - pode não ser intencional ou até nem aperceber do resultado das suas acções. Mas antes treine e pense bem no que vai dizer. Caso ache que não o consegue fazer peça a alguém para o fazer por si.
  • fale com um representante dos trabalhadores, alguém dos recursos humanos, gerente ou supervisor
  • coloque tudo, episódios e forma como ocorreram, por escrito. Mantenha também cópias dos documentos relevantes.


Sinais que podem significar que  precisa de ajuda:
  1. Trabalho significa angústia - é normal sentir desconforto relacionado com o início da semana de trabalho (2ªfeira, por exemplo), mas não é normal sentir-se ansioso ou com vontade de vomitar
  2. Dias de Saúde Mental - se utiliza a maioria dos seus dias de folga para tratar da saúde mental, se os seus familiares sentem que está obcecado pelo trabalho ou se se sente sem vida nesses dias, então pode estar a precisar de ajuda porque está a ser vitima de bullying


Cuide de si! Procure ajuda profissional de modo a perceber e saber lidar com este tipo de situações.

Dália Matsinhe


 
Bullying – O que é e quais os sinais de alarme?

 

Em primeiro lugar importa referir que, no bullying, o agressor é aquele que vitimiza, física ou emocionalmente, alguém que aparenta ser menos poderoso.

O Bullying envolve normalmente uma ou várias crianças mais velhas, ou mais poderosas, que vitimizam outra criança que é incapaz de se defender. Embora a maior parte das ocorrências relacionadas com o bullying fiquem sem serem reportadas, estima-se que, numa escola normal, ocorre uma caso de bullying em aproximadamente cada 7 minutos. Esta taxa é sempre a mesma independentemente do tamanho da turma ou da escola. Ainda assim, por razões desconhecidas, as escolas rurais têm uma taxa maior do que as urbanas ou suburbanas.

Mesmo nos casos reportados, muitas vezes denota-se uma subvalorização dos professores e dos pais, porque muitos acreditam que as crianças devem saber “defender-se” ou “responder de volta” por si sós.  

            Embora os agressores estereotipados sejam os rapazes, na realidade os casos ocorrem de igual forma com as raparigas. Estas crenças devem-se, na sua maior parte, pelo facto dos rapazes agredirem-se mais visivelmente, ou seja, fisicamente. Já as raparigas tendem a agir de forma mais grupal através da exclusão social e espalhando rumores. Até as raparigas que, aparentemente e individualmente, não tenderiam a serem agressoras, muitas vezes fazem parte de grupos que praticam o bullying sobre outros indivíduos, por exemplo, através de cadernos que circulam entre o grupo de pares, onde criticam e comentam as vitimas de bullying.

O Bullying inicia normalmente muito cedo, não sendo de espantar se encontrarmos agressores na pré-escola. Até aos 7 anos os agressores escolhem as suas vitimas de forma aleatória, posteriormente esta escolha é feita de forma específica, para atormentarem de forma regular.

O assédio moral vai-se tornando mais regular à medida que as crianças envelhecem. Simultaneamente, à medida que os agressores envelhecem, eles usam cada vez menos os abusos físicos para se tornarem cada vez mais verbais.

Já a popularidade dos agressores, à medida que envelhecem, vai-se desvanecendo. Ou seja, a sua média de 2 ou 3 amigos e admiração colectiva da sua resistência física passa, na escola, a uma diminuição da aceitação social ao ponto dos seus únicos amigos serem outros agressores.

Apesar da sua falta de popularidade, os agressores têm uma auto-estima relativamente alta. Talvez devido ao facto de processarem a informação social de forma. Por exemplo, os agressores atribuem intenções hostis às pessoas que os rodeiam, vendo provação onde normalmente não existe. “O que é que estás a olhar?”, é uma das frases normais nos agressores. Para eles, esta interacção agressiva serve de justificação para um comportamento.

Geralmente, o alvos dos agressores têm uma visão negativa da violência, chegam até a percorrer um percurso alternativo (caminho da escola) de forma a evitarem confrontos/conflitos. Tendem também a serem crianças/jovens solitário(a)s que exibem sinais de vulnerabilidade antes até de serem escolhidos pelos agressores.

Ser uma vítima de bullying leva a que a criança, que já tem uma baixa auto-estima, sinta-se mais ansiosa e, consequentemente, fique mais vulnerável. Ser alvo de bullying resulta num isolamento e rejeição social pelos pares, levando as vítimas a internalizar outras visões negativas, diminuíndo ainda mais a auto-estima.

Embora o bullying diminua na adolescência, é nesse período que a rejeição dos seus pares se torna mais dolorosa para as vitimas, levando em alguns casos ao suicídio. Sabe-se hoje que o bullying não é algo que se ultrapasse, como fase normal do crescimento, mesmo porque estudos indicam que parte dos agressores tornam-se criminosos em adultos, sendo provavelmente abusadores dos seus cônjuges ou filhos.

Assim, os sinais de alarme são:

1.      ira intensa,

2.      Ataques de fúria,

3.      Irritabilidade extrema,

4.      Frustrar-se com frequência,

5.      Impulsividade,

6.      Auto-agressão,

7.      Poucos amigos,

8.      Dificuldade para prestar atenção, e

9.       Inquietude física

Em qualquer um dos casos, do agressor ou da vítima, aconselha-se acompanhamento psicológico.

Psicóloga Dália Matsinhe,

Mestre em Psicologia Social

Licenciada em Psicologia Criminal