Após conhecimento de mais um caso de pedofilia achei importante passar informações importantes aos pais de crianças e adolescentes de modo a poderem proteger os seus filhos de possíveis predadores (neste caso pedófilos).

Vide vídeo do caso: http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/09/01/homem-de-54-anos-acusado-de-160-mil-crimes-de-abuso-de-menores

Mais uma vez, e como normalmente acontece, o sujeito acusado dos crimes de abuso de menores era conhecido da família e amigos. Até tido como uma pessoa de confiança. Uma pessoa cujos pais pensavam poderem ficar descansados porque, pensavam eles, “esta pessoa vai protegê-lo (a/os/as). O que é um raciocínio normal para qualquer progenitor/educador/familiar mas nem sempre assim acontece.

Independentemente do sexo, profissão, ocupação, estado civil, crenças religiosas, o acto/abuso pode ocorrer sem “aviso”, principalmente se não soubermos reconhecer os sinais de alarme.

Então, já que existem estudos e conhecimentos relacionados com a temática, juntámos uma lista de indicadores que os pais, educadores, familiares e interessados devem ter em conta quando se trata de um predador (pedófilo).

1 .Antes de mais seja o que tem sido até hoje: educador, protector e vigilante quanto ao bem estar do seu filho.

2. tenha em atenção que o predador pode vir de qualquer membro da comunidade, mesmo aqueles com um currículo “brilhante”e sem ocorrências. – Pelo menos do seu conhecimento.

3. Crie um ambiente comunicacional com o seu filho, permita que falem dos seus medos, sentimentos e desejos de modo a que, quando algum destes se torne desconfortável, digam sem hesitar.

4. Seja um observador participante. Veja se o comportamento do seu filho teve uma mudança súbita. Mesmo que não consigam falar, o comportamento muda sempre porque algo os incomoda ou incomodou.

5. Preste atenção ao comportamento do predador.

Posto isto, e tendo em atenção que nenhum comportamento por si só é indicador de abuso sexual, nem conclusivos, eis o que deve ter em conta no comportamento de um possível pedófilo (retirado de um estudo da FBI – onde se incluíam vítimas e predadores):

  1. 1.Os predadores esperam por uma oportunidade física e psicológica das vítimas. Tudo depende da oportunidade. Quanto menos oportunidades tiverem, melhor.
  2. 2.Os predadores fazem uso do seu status e amizade com a família porque estes garantem-lhes privilégios e acessos às vítimas. Pergunta que deve colocar a si próprio: “Alguém procura, através do uso da sua posição ou status, ter acesso ou isolar a criança?”
  3. 3.Para os predadores todos os esforços são feitos para ter acesso à criança. Farão tudo para orquestrar eventos de modo a possam, em alguma parte do encontro, ter acesso à criança. Estas tentativas são consideradas “estranhas” pelas crianças ou outros que as testemunharam.
  4. 4.Os presentes criam, normalmente, uma reciprocidade na criança, porque elas sentem que têm algo a dar/oferecer em troca.
  5. 5.Para terem acesso ao corpo da criança (descrevendo exactamente como tem sido relatado), o predador seduz a vitima de modo a torna-la menos resistentes. E como é que isso é feito? Através de visitas frequentes, telefonemas e passando cada vez mais tempo com as crianças (sozinhos ou através de telefonemas ou mesmo emails)
  6. 6.O predador faz testes às vitimas, primeiro através de toques “acidentais” de modo a perceberem a reacção normal da vítima. Quanto menos reagir, mais o predador continua. (Importante: Os pais/educadores devem passar a mensagem de privacidade corporal à criança).
  7. 7.Presentes ilícitos (cigarros, álcool, drogas, pornografia) cria um ambiente de conspiração entre vítima e predador. Ou seja, a criança sente menos vontade de desabafar aos pais/educadores/familiares sobre as atitudes do predador porque teve um comportamento inaceitável e tem medo das consequências.
  8. 8.Os predadores são criativos: seja por email, telefone, telemóvel, entre outros, tentam sempre as vias mais comuns onde normalmente as crianças podem ser encontradas (Pais, atenção ao facebook, email, telemóvel dos seus filhos) Criem um canal onde possam, sem vergonha, dizer que p.ex.: têm um amigo novo. Mesmo que o “amigo” tenha a mesma idade, como acontece em muitos casos de predação através da internet, perguntem sobre esse amigo.
  9. 9.Os predadores reforçam sempre o segredo na relação. A necessidade de segredo e a necessidade de ultrapassar a vergonha são normalmente usados para que a relação se mantenha entre os dois.
  10. 10.Os predadores fazem uso do seu status para que tudo o que a criança diga seja questionável. Usam o desafio narcisista para que os acusadores sintam que ele é inocente e a vítima enganada.
Quanto às vítimas, os sinais a ter em conta são:

  1. 1.Mudanças de humor, principalmente se essas mudanças ocorrem após a visita a uma pessoa mais velha (homem ou mulher).
  2. 2.Após uma excursão, ou visitas demoradas longe da família, a criança está taciturna, embaraçada ou sem vontade de falar.
  3. 3.Uma excursão com um adulto específico já não lhe dá alegria ou felicidade.
  4. 4.A criança começa a arranjar desculpas para não visitar ou ir ter com uma pessoa adulta específica
  5. 5.A criança desenvolve doenças súbitas (dores de cabeça, dores de barriga, nariz a sangrar) quando é informado de que tem que passar tempo ou sair com um individuo em particular
  6. 6.A cara e o corpo da criança criam visualmente um desconforto ou ansiedade só de pensar que passará tempo com uma pessoa em particular.
  7. 7.Se existe a necessidade de passer tempo com um indicivuo em particular, a criança demonstra ter menos energia, taciturno, braços retraídos (mais do que o normal) e tende a virar a barriga no sentido contrário a essa pessoa.
  8. 8.A criança começa a ter acidentes (cortar-se, nódoas negras, queimaduras), o que não é indicativo de ameaças à própria vida mas que devem fazer com que os pais/educadores/familiares tomem uma maior atenção às crianças.
  9. 9.A criança vem de um passeio e corre imediatamente para a casa de banho para tomar banho ou não quer que ninguém lhe toque ou cheire.
  10. 10.A criança fica envergonhada ou sai do espaço em que estava, quando o assunto em causa é abuso infantil, abuso sexual , seja na televisão ou numa conversa.
  11. 11.Aparece sangue na roupa interior ou de cama, e a criança faz um esforço para lavar qualquer uma delas.
  12. 12.A roupa interior tem manchas de semen ou de fezes após um passeio ou evento.
  13. 13.A criança deita for a ou tenta deitar for a, roupa interior.
  14. 14.Dependendo da idade da criança, eles tendem a abraçar mais os pais ou a recusar qualquer tipo de toque.
  15. 15.Todas as vezes em que o telefone toca mostra medo apreensão, ou diz apenas: “diz que eu não estou”.
  16. 16.A criança começa a esconder jornais com “códigos” – entradas codificadas do predador . ou tenta esconder cartas, presents, etc.. O que inclui esconder relações com qualquer adulto.
  17. 17.A criança revela que foi-lhe pedido para manter algo “em segredo” por um adulto ou por qualquer outro responsável.
  18. 18.A criança, sem motivo aparente, tem dinheiro, presentes, brinquedos, até doces – dependendo da idade, que não sabe de onde vieram
  19. 19.A criança desenvolve irritação, desconforto ou infecção nos genitais ou anus.
  20. 20.A criança tem interesse por pornografia, principalmete pornografia infantil.

http://www.lexpsique.com/artigos/159-psicologia-criminal/431-predadores-e-vitimas-sinais-a-ter-em-conta-i.html


Dália Matsinhe,

 www.lexpsique.com

Gestão e Psicologia (Fundadora)

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