Manual para profissionais da media: Prevenção do suicídio.

A propósito dos casos mediáticos de suicídio reportados na media: sempre houveram episódios de suicídio, INFELIZMENTE!
O facto de virem cada vez mais episódios a público, como tenho vindo a alertar constantemente (poder da media), não significa que não tenham havido casos idênticos ou que estes, casos reportados, servirão apenas como alerta. Porque servirão, e servem, para mais do que isso. Têm servido de notícias sugestionáveis para pessoas que já se encontram num estado fragilizado.
Não digo que não tenham que alertar a comunidade/sociedade, apenas que existem outras formas de o fazer, tanto que este manual serve para esse fim.
Estamos a entrar em estados nacionais e internacionais de pobreza, não só financeira mas também, e consequentemente, pobreza em termos de saúde física e mental, infelizmente.

Mesmo havendo cada vez mais recursos humanos formados e preparados para agirem nestas situações de saúde, na realidade poucos são os cidadãos com acesso a estes mesmos profissionais de saúde. Claro que sem alimentação, trabalho, família ou outros alicerces a vida profissional destes profissionais se vê muito difícil e dificultada (ainda mais difícil é a vida destas pessoas....). Mas, ainda assim, é sempre melhor agir, ou tentar, antes de qualquer tentativa contra a vida (própria ou de outros). Mas, com notícias sensacionalistas , invés de tornar estas notícias como casos "conclusivos e finais", é preciso agarrar em casos positivos (pessoas que se encontraram em crise e conseguiram apoio) e torna-los "manchete" para ajudar aqueles que desconhecem o tipo de ajuda possível em casos mais urgentes (crise).
Ou então, já que vão informar, informar da melhor forma.

Podemos pensar que não existem formas de dar más notícias, mas existem formas de evitar piores notícias.

"A mídia desempenha um papel significativo na sociedade atual, ao proporcionar uma ampla gama de informações, através dos mais variados recursos. Influencia fortemente as atitudes, crenças e comportamentos da comunidade e ocupa um lugar central nas práticas políticas, econômicas e sociais."

http://whqlibdoc.who.int/hq/2000/WHO_MNH_MBD_00.2_por.pdf
 

Jogos e violência

Jogos e violência.

Sobre este artigo:
A violência dos media resulta em crime violento?
R: É claro que as experiências infantis, especialmente as experiências relacionadas com uma parentalidade inadequada, resulta em adolescentes, e consequentemente adultos, problemáticos.
Conforme o estudo de Leonard Eron e seus colaboradores (1960), quando a quantidade de televisão visionada era considerada, as evidências sugerem que quanto mais televisão visionada menos o impacto no comportamento violento.
- As estatísticas criminais não mostram a relação entre os níveis de violência visionados pela comunidade..
- Os delinquentes violentos parecem ter uma preferência por certos tipos de programas incluindo videojogos violentos. Ainda assim, o maior factor contributivo para a sua violência é o abuso sofrido por parte dos pais.
Em suma, os psicólogos forenses e criminais devem acautelar-se antes de  assumirem que a criminalidade violenta está relacionada com os media e sua influência.
Segundo Felson (1996) – os ofensores violentos tendem a ser versáteis, não confinem as suas actividades ao crime violento, cometem todo o tipo de ofensas.
Os conteúdos dos media relacionado com a violência não parecem dar uma mensagem radical diferente de qualquer outro tipo de socialização.

Ainda assim, aconselho a máxima supervisão e orientação por parte dos pais no que diz respeito à escolha e tempos passados com os jogos. Diria mais, nada pode ser melhor do que a partilha temporária entre pais e filhos no que diz respeito aos jogos (jogando esporadicamente com os filhos).

DM.
LexPsique

http://www.mariettatimes.com/page/content.detail/id/548859/VIOLENT-CULTURE.html?nav=5002
 
Precisamos dos media para nos mantermos ao corrente das novidades Locais, Nacionais e Mundiais, como para nos actualizarmos em termos culturais (documentários, entre outras fontes) ou por simples curiosidade.

Mas, infelizmente, nem toda a gente vê as notícias da mesma forma: um acontecimento triste, alegre, o que for, que nos afecta mas que não nos limita a forma de agir. Orienta-nos? Claro que sim. Mas existem pessoas a traçar a vida de forma extrema  baseando-se no que ouvem: fobias (sair à rua, p. ex.), medo do crime, compra de armas de forma desenfreada, entre outros sintomas.
Claro que ficar alerta não é mau. Mau é deixar de agir naturalmente ou livremente quando o acontecimento, algumas vezes, está longe ou, como os media dão a entender muitas vezes - porque vende - existe uma probabilidade alta de ocorrer (*).
E, por fim, ainda existem as pessoas que agem para serem "a" notícia (psicopatas, p.ex) e os que agem para que haja outro tipo de atenção virada para eles (pedidos de ajuda -  deprimidos, p. ex.), mesmo porque as outras tentativas todas falharam.

ATENÇÃO: As notícias não são as culpadas, apenas influenciam. Se não forem as notícias dos media as pessoas encontrarão outras razões, racionais e/ou irracionais para agirem e se justificarem.

Em suma, as influências dos media podem ser saudáveis (conselhos positivos, p. ex.) como o contrário (dar ideias a "mentes fragilizadas ou doentes". Como, por exemplo, este caso referido no Jornal Expresso.

http://expresso.sapo.pt/jovem-uruguaia-tentou-imitar-massacre-de-newtown=f774419


Dália Matsinhe
Gestão e Psicologia (Fundadora)
www.lexpsique.com
E-mail: [email protected]
https://www.facebook.com/DMLexPsique

(*)Crimes contra a propriedade, como roubos, são muito pouco representados nos jornais. Ainda assim, estes são os crimes que mais depressa a sociedade poderá experienciar. Já os crimes violentos, incluindo o homicídio, são desproporcionalmente e excessivamente representados (Chemarck, 1995). Ainda assim, é preciso ter-se em conta que, apesar do crime mediatizado nas noticias ser massivamente selectivo a favor dos crimes mais sérios e sensacionalistas (Marsch, 1991; Schlesinger, Tumber e Murdock, 1991), é geralmente difícil encontrar uma correspondência (investigação científica) entre o jornal e escolhas individuais e suas percepções do nível  do crime. Isto porque as pessoas tendem a ler muito pouco acerca das noticias disponíveis e relacionadas com a criminalidade, tornando imprevisível a informação que se torna realmente disponível para estas.
(LexPsique, curso de Introdução À Psicologia Forense e Criminal)